Uma tragédia fez com que Seu Único Pecado, novela exibida pela Record em 1969, fosse encerrada abruptamente. O filho do casal Dionísio Azevedo e Flora Geny morreu enquanto a produção estava no ar.
A trama acompanhava a trajetória de um jovem que parte para São Paulo em busca do tio, um rico industrial. Ele inicia um romance com uma operária, ao mesmo tempo em que desperta a paixão da prima.
A autora Dulce Santucci buscou inspiração no romance Uma Tragédia Americana, de Theodore Dreiser, que rendeu o filme Um Lugar ao Sol (1951), de George Stevens – com Montgomery Cliff e Elizabeth Taylor. A novela Selva de Pedra (1972), de Janete Clair, e a minissérie Viver a Vida (1984), de Manoel Carlos, beberam da mesma fonte.
A morte de Noel Marcos, filho do casal Dionísio Azevedo e Flora Geny, implicou no fim da trama. O adolescente, então com 15 anos, faleceu no dia 1° de novembro de 1969, vítima de um atropelamento.
Noel, que fazia parte do elenco do folhetim dirigido pelo pai, foi atingido enquanto passeava com sua bicicleta pelo bairro do Sumaré, em São Paulo. O garoto era o caçula de Dionísio e Flora, também pais de Dionísio Jacob, autor e roteirista.
Após este triste episódio, Flora Geny saiu de cena, passou a estudar a doutrina espírita e, durante o processo de luto, optou por ajudar o próximo. A volta às atividades como atriz se deu no início da década de 1970, em trabalhos como Meu Pedacinho de Chão (1971), A Patota (1972) e Gabriela (1975).
Em 1983, ela e Dionísio Azevedo estiveram juntos em Pão-Pão, Beijo-Beijo, atualmente em reprise no Canal VIVA. Flora respondeu por Gema, mãe das protagonistas Luiza (Maria Cláudia) e Bruna (Elizabeth Savala). Dionísio viveu Altino, pai de Júlio (Edwin Luisi), noivo de Bruna.
Ele, por sua vez, seguiu com os trabalhos na TV e em outros meios artísticos. Em 1977, na Globo, emplacou os sucessos Dona Xepa e O Astro; nesta última, encarnou Salomão Hayala, vítima de um crime que mobilizou o país. Assim como a esposa, também marcou presença em produções da Band.
Flora Geny faleceu em 22 de dezembro de 1991, aos 62 anos, vítima de um câncer no estômago. Dionísio Azevedo partiu em 11 de dezembro de 1994, aos 72, semanas depois de receber o título de Cidadão Paulistano, na Câmara de Vereadores de São Paulo, vítima de câncer no cérebro.
Sebastião Uellington Pereira é apaixonado por novelas, trilhas sonoras e livros. Criador do Mofista, pesquisa sobre assuntos ligados à TV, musicas e comportamento do passado, numa busca incessante de deixar viva a memória cultural do nosso país. Escreve para o TV História desde 2020
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Tragédia com filho de atores de Pão-Pão, Beijo-Beijo interrompeu novela – TV História
