Bem antes da pandemia, muitos desconfiavam das organizações que diziam se preocupar em manter a felicidade de seus trabalhadores. Havia as empresas de tecnologia cujos escritórios lembravam um campus universitário e tinham piscinas de bolinhas e escorregadores. As com buffets de almoço e frozen de vinho rosé. E também um número crescente de empregadores avaliando a felicidade dos funcionários com pesquisas, muitas vezes contratando consultores para criar diversão no local de trabalho.
Para algumas pessoas, a busca pela felicidade no trabalho – e o preço associado a isso, como um programa de US$ 18 mil para gestores aprenderem como liderar equipes felizes – pode ser vista como uma alquimia corporativa que tenta transformar sentimentos em produtividade. Pode parecer uma pressão para sorrir e deixar de lado as demandas menos convenientes para os chefes, como trabalho remoto ou salários mais altos.
Essas críticas ganharam uma nova urgência conforme os trabalhadores e empregadores entram em conflito quanto aos planos de retorno ao escritório, em um mercado de trabalho que os economistas continuam a descrever como aquecido. Alguns profissionais dizem que preferem flexibilidade, ou aumentos ajustados à inflação, a incentivos corporativos, como um show de Lizzo para os funcionários do Google e as degustações de cerveja na Microsoft.
“É um ‘não vou ajudá-lo a fortalecer sua agenda de uma maneira que o ajude, mas aqui está um cupom de desconto’”, disse Jessica Martinez, 46 anos, diretora do programa de uma fundação global que há muito organiza as “quartas do vinho” e agora está distribuindo presentes pelo retorno ao escritório, como garrafas de água.
Via: Estadão