Na última quarta-feira (27), aconteceu o ato solene dia de Ogum, no teatro Laura Bressane em Francisco Morato.
O dia de Ogum foi criado através de proposta de Lei n. 14.905, Da Deputada Estadual Leci Brandão, como forma de ser reconhecida e valorizada as crenças matrizes africanas pelo Poder Público e a sociedade.
O ato contou com dezenas de lideranças religiosas de matrizes africanas que receberam pela mão da deputada Leci Brandão um certificado de reconhecimento pelos trabalhos realizados nas comunidades da região de Francisco Morato, trabalho esse de grande valia, que através de suas casas auxiliam os menos favorecidos, como foi o caso da época de pandemia, com auxílio a alimentação, vestuário, conforto e atendimentos às família enlutadas.
Nosso pais foi fundado na exploração, humilhação e desumanização de indígenas e africanos. Embora essa constatação não carregue em si nenhuma novidade, precisamos constantemente atualizá-la em nosso discurso, pois a disputa de narrativas a que estamos constantemente submetidos não dá trégua.
Exclusão que tem como alvo prioritário negros e indígenas continuam sendo naturalizadas. A despeito deste cenário, os movimentos sociais organizados alcançaram conquistas fundamentais nas últimas décadas, que representam avanços da luta antirracista em nosso país, como a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e das leis 10.639/03 e 11.465/08, que incluem no currículo Oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena. Reflexo dessas conquistas também é a presença de negros e negras nos parlamentos que, embora ainda esteja muito aquém do que desejamos, traz impactos positivos para a superação das desigualdades, pois quando falamos que representatividade importa e que ela precisa ser legítima, estamos dizendo que só com a presença de negros, negras e indígenas comprometidos com a luta antirracista foi que conseguimos vencer batalhas importantes e é apenas desta forma que conseguiremos avançar.
Como segunda mulher negra a ser eleita deputada estadual, em 2010, posso dizer que aprovar propostas que defendam o rompimento dessa cadeia de desigualdades e opressão contra as populações alvo de racismo depende, primordialmente, de representatividade e ocupação dos espaços de poder.
Precisamos sim, apresentar propostas e projetos de lei que tenham impacto positivo na vida do nosso povo, mas precisamos, sobretudo, ter força politica para que essas proposituras sejam aprovadas e colocadas em prática, promovendo uma mudança efetiva na sociedade.
Estiveram presentes e fizeram parte da mesa a Deputada Leci Brandão, bem como, Tércio Marinho, Coordenador da Macro Região do PcdoB, Vereador Anderson da Auto Escola, Eloi Almeida Souza representante da FACESP e o Dr. Vinicius Tolentino – Secretário Adjunto da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, representante da Prefeitura.
O PcdoB, sempre presente nas atuações comunitárias e na defesa de igualdade racial, esteve presente Leozildo Aristaque Barros, Presidente do Pcdob Franco Da Rocha, Junior do Sindicato, Dra. Sirleide Mastrochirico, Diretora Jurídica do PcdoB e Presidente de Ação Social da OAB Francisco Morato, João Pedro, Jair Presidente do PCdoB Francisco Morato, Cecília, Secretária da Mulher e Wallyson.
Contou ainda, com diversas autoridades da região, Dr.Joab, Vice Presidente da OAB Francisco Morato.
